O currículo de Arto Lindsay é um luxo. Resumi-lo é uma tarefa quase impossível. No final dos anos 70 ajudou a fundar a no wave com os DNA ao lado de Ikue Mori e Robin Crutchfield. Estendeu tentáculos nas colaborações com The Lounge Lizards e The Golden Palominos e com John Zorn. Fundou os Ambitious Lovers com Peter Scherer. Depois aproximou-se da música brasileira. Não só nos seus discos a solo com no trabalho com grandes nomes da música desse país. Quando na 19ª edição do Curtas Vila do Conde Arto Lindsay decidiu musicar um filme do realizador e actor Pierre Clémenti ao lado do músico japonês Jun Miyake marcamos encontro com ambos para registar na história uma reinterpretação de “Até quem sabe” (de João Donato e Lysia Enio, cantada por Gal Costa em 1974). Nesta cena de profundo intimismo, fica bem clara a paixão de Arto Lindsay pela música brasileira; e no ar a magia das canções simples.